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Fashion tech: tecnologia aplicada à modernização da moda

Da produção do tecido, passando pelo design e fabricação, até a comercialização das coleções. Fashion tech é um modelo de negócio que engloba inovações tecnológicas voltadas à modernização da indústria da moda, uma das mais poluentes do mundo.

João Risoleo, CEO da Umode, empresa especializada em dados de performance de vendas, explica que o campo de trabalho de uma fashion tech é abrangente. Numa realidade mais do que conectada, uma das possibilidades diz respeito à participação do cliente na produção, com sistemas que permitem a cocriação de coleções. “É possível ir do trackeamento de toda a cadeia para que, por exemplo, não haja trabalho escravo ou uso de itens químicos que prejudiquem a natureza. Além disso, existem ferramentas para democratizar a modelagem e, ainda, soluções de inteligência de dados para saber a probabilidade de sucesso de um produto”, complementa.

De acordo com Pier Fabrizio, fundador e diretor de vendas da Teceo, plataforma que conecta marcas e lojistas, o modelo se adequa às demandas da atualidade. O uso de tecnologia nesse segmento, afirma, permite impactar os ecossistemas digital e físico – ou a sua união – e tambémas novas formas de consumo, como moda circular. “Tecnologias como impressão 3D, realidade virtual, design assistido por computador e inteligência artificial revolucionarão a forma como criamos e vestimos roupas nos próximos anos. Também há os ambientes desenvolvidos para experiência mais fluída que conecte o mundo físico como o digital”, exemplifica.

Fashion tech e ESG
De acordo com Risoleo, as fashion techs são peças importantes nos debates sobre ESG (environmental, social, and corporate governance ou governança ambiental, social e corporativa) no mundo empresarial. Tradicionalmente, a moda tem o planejamento “empurrado”. Ou seja, as marcas trabalham com a previsão de tendências e criação de coleções com, pelo menos, um ano de antecedência. E isso, diz Risoleo, é um dos grandes responsáveis pela alta quantidade de sobra de produto, que é agente de poluição. “O cliente tem mais opções e, por isso, está mais criterioso. Ele tende a não olhar somente o preço, mas a marca. Nesse sentido, a tecnologia pode otimizar o planejamento para que seja ‘puxado’, acelerando a cadeia para que se erre menos, com coleções mais rápidas e com menos produtos, evitando desperdício”, dizo CEO da Umode.

No caso da Teceo, Fabrizio ressalta que a mecanização de processo já demonstra resultados concretos em relação à pauta ESG. “Um exemplo foi a diminuição de mostruários fabricados para a venda no canal de atacado, reduzindo assim um custo de operação enorme e diminuindo a quantidade de peças produzidas apenas para efetuar uma venda”, finaliza.

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